terça-feira, 8 de junho de 2010

Plantando idéias.


Falar sobre o fugidio e indecifrável “Eu” é quase ou totalmente impossível. Já que o intelecto vaidoso forja muitas realidades. Rimbaud já dizia “Eu é um outro”.


Façamos o seguinte, vou tentar falar do que me é apresentado todos os dias, um “eu” que parece ser conhecido meu. Se não corresponder à realidade é porque talvez eu esteja mentindo ou quem estiver ouvindo esse texto não me conheça como eu me conheço.
Ou o sistema humano é uma máquina muito controversa, cheia de meandros, com possibilidades múltiplas de entendimento.


Acredito na ultima hipótese. Somos pessoas passiveis de transformação o tempo todo.
Em constante troca de pele. Quem não troca, morre, vira parasita.

Dentro de todos esses estudos e pesquisas antropológicas e filosóficas e lendo muito tudo isso que é produzido todos os dias e também o que já foi falado pelos antigos gregos, pelos românticos alemães e pela sabedoria clássica francesa, me vejo como um transporte, como algo que transporta um verbo ou um texto, sim, somos palavras, signos, códigos, matemática, somos atores...

Não poderia me concluir numa imagem, não sei dizer o que sinto muito menos o que sou. Como disse, “sou palavra”, e o que está por trás da palavra é simplesmente tentativa de compreensão.

Portanto prefiro não tentar uma arriscada explicação do meu “Eu”. O que posso dizer é que sou esse estranho que busca uma arte, que busca uma ilha para fincar os pés, para plantar um pé de alface ou plantar uma idéia no ar. Sou volição, sou tentativa...

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