quinta-feira, 20 de maio de 2010
As coisas imateriais não ocupam lugar.
É difícil entender a histeria contemporânea. Tudo aparenta ou realmente é uma propoganda de esporte radical. Todo mundo se jogando em penhascos, procurando um instante desenfreado de adrenalina vibrando dentro. Para alguns ou para muitos, é realmente difícil ficar sozinho consigo mesmo, às vezes a cia de si próprio torna-se muito desagradável.
O que você tem a dizer? Sobre você e a vida? Sobre o Xingu? Sobre o Himalaia? Sobre tudo? E pra quê dizer? Ou pra quem dizer? Dizer o quê? Informações informam que vai chover. Você está tranqüilo em somente "Ser" o que você é? Olhar disperso e nervoso não sabe onde pousar. Será medo? Ou será que no fim tudo vira plástico? Já que tudo é descartável!
A virtude não é mais o seu "Eu", ou melhor, nunca foi. Virtude é o que se pode ter, está no consumo cotidiano de Shoppings e prateleiras, nas vestimentas; nos corpos belos e estranhos. Que seja a virtude a verdade mais profunda de sua alma ou que seja o virtuosismo o reflexo maior do nada que reside dentro.
É isso então? Não tem explicação? O jeito é ir tentando achar o melhor caminho, ou o caminho do meio, ou o de volta, sendo que o de ida também pode ser uma volta em torno de si. Recomeço. Recomeçar a vida? É possível? A vida é só uma. E os caminhos, quantos são? Encontrar um que seja mais ou menos bom pra você, já ajuda muito!
Mesmo com seus tropeços e alegrias, e mesmo com todas as dores inevitáveis e as evitáveis também; poucos ou vários amores, pois estes são da ordem da sorte e do inesperado. Mas antes é preciso ter calma e aceitar o belo que se reapresenta todos os dias, e aceitar também o que há de terrível e implacável. Aceitar o desconhecido.
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